Começa em Belém a COP 30, com a missão de frear o aquecimento global e salvar o planeta; Fetec participa
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que começa nesta segunda-feira 10 de novembro em Belém e vai até o 21, com a missão vital de frear o aquecimento global e salvar o planeta catástrofe. Além dos trabalhadores do ramo financeiro do Pará, a Fetec enviará uma delegação de 46 dirigentes e militantes de todos os 13 sindicatos filiados.
Encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima, a COP 30 dará continuidade ao Acordo de Paris, que está completando 10 anos. Uma das principais pautas será a atualização das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, parte do esforço global para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, o que requer grandes investimentos principalmente dos países ricos.
Como país anfitrião, o Brasil propôs para a COP 30 seis eixos da Agenda de Ação: transição energética, indústria e transportes; gestão de florestas, oceanos e biodiversidade; agricultura e sistemas alimentares; cidades, infraestruturas e água; desenvolvimento humano e social; e capacitação, financiamento e tecnologia. O objetivo é acelerar a implementação de soluções climáticas através da colaboração de governos, sociedade civil, setor privado e academia.
Como vai funcionar
Os governos vão se reunir na COP 30 nos espaços denominados Zona Azul e Zona Verde. A sociedade civil organizou a Cúpula dos Povos. São mais de 1.200 organizações, entre elas a CUT, que se reunirão na Universidade Federal do Pará (UFPA). Participarão da Cúpula dos Povos mais de 10 mil pessoas representando as organizações da sociedade civil, movimentos sociais e sindicais e representações das nações indígenas, quilombolas e agricultores familiares.
“Essas organizações participam há mais de dois anos da construção dessa discussão em plenárias, seminários, encontros e escutatórias. E nós bancários do Centro-Norte também participamos e contribuímos muito para esse debate, que se organizou em torno daqueles seis eixos”, afirma Vera Paoloni, coordenadora do Coletivo de Meio Ambiente da Fetec-CUT/CN, vice-presidenta do Sindicato dos Bancários e presidenta da CUT Pará.
O Coletivo de Meio Ambiente, que ainda tem na coordenação Almir Araújo (presidente do Seeb de Rondonópolis), Arilson da Silva (secretário-geral da Fetec) e José Avelino, fez dezenas de reuniões preparatórias com dirigentes e militantes de todos os sindicatos filiados à Federação.
Barqueata abre Cúpula dos Povos
A abertura da Cúpula dos Povos será na terça 12, com uma grande barqueata fluvial. Nos dias 13 e 14 haverá mesas de discussão e plenária sobre os seis eixos da COP. Ali dentro a CUT instalou dois auditórios onde haverá mais de 200 atividades para discutir desde direito à água e saneamento até negociação coletiva de trabalho, passando por transição justa e o tema “A Amazônia também é feita de gente”.
No dia 14 a Cúpula dos Povos aprovará a carta política que será entregue no dia 16 ao presidente da COP para ser incluída nas discussões dos governos. E no dia 15 haverá uma grande marcha pelo centro de Belém. Confira aqui a programação completa da COP 30 e da participação da CUT.
“A transição justa está no centro da nossa reivindicação. Essa COP não pode ser mais uma promessa vazia, tem que ser a COP que vai fazer acontecer. Os países que prometeram fazer investimentos têm que contribuir de verdade, E as comunidades que vivem na Amazônia têm que ser ouvidas. Não tem transição energética justa sem ouvir as pessoas, ouvir as comunidades, ouvir os sindicatos. A transição precisa ser inclusiva”, sustenta Vera.
Na entrevista abaixo, Vera Paoloni aborda a importância da realização da COP 30 no Brasil, especialmente na Amazônia, analisa os principais desafios da Conferência, como a necessidade de transformar promessas em ações concretas, destaca como a região amazônica enfrenta os impactos do clima e do modelo de desenvolvimento excludente e faz um chamado aos trabalhadores do ramo financeiro a fiscalizarem os investimentos dos bancos para evitar que financiem a destruição do meio ambiente.
Fetec-CUT/CN
